segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Achei muito interessante o assunto e resolvi divulga-lo aqui no meu blog com permissão do nosso irmão Clóvis segue abaixo a continuação da 1ª Parte. 


FALAR EM LÍNGUAS: NATUREZA E ATUALIDADES - PARTE 2


Este artigo é uma continuação de "Falar em línguas: natureza e atualidade - Parte 1". O espaço não permite uma análise detalhada das passagens relevantes para a questão. Mas o que será dito aqui poderá ser ampliado, aprofundado e melhor corroborado posteriormente. A passagem a que nos ateremos neste é Marcos 16, posteriormente trataremos de Atos 2 e 1Coríntios 12 e 14, se Deus quiser.
 
No evangelho de Marcos temos o registro da promessa do dom de línguas“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas” (Mc 16:17). O termo “novas” que qualifica línguas não é neos, comumente utilizado “para expressar novo no aspecto de tempo, indicando aquilo que é recente, mas da mesma natureza do antigo” e simkainos, que indica algo de "um tipo novo, sem precedentes, inédito". Já tratei dessa passagem no artigo “Falarão novas línguas”, então não me deterei mais na expressão “glōssais ... kainais”, voltando minha atenção para outra questão envolvida, qual seja, a cessação dos sinais mencionados em Mc 16:17-18.

A promessa do Senhor é “e estes sinais seguirão aos que crerem...”. O Senhor havia ordenado e prometido anteriormete: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16:15-16). Creio que ninguém diria que pregar o evangelho para o mundo todo não é mais necessário, menos ainda que a promessa de salvação ao que crê perdeu a validade. Tampouco há lógica em afirmar que os sinais que seguiriam aos que crerem cessariam com a morte dos apóstolos ou a conclusão do Novo Testamento. Não há nenhum elemento textual que aponte nesse sentido.

A palavra traduzida “seguirão” é parakolouthesei, formada por para, “ao lado de” e akoloutheo,“seguir ou juntar-se a alguém”, significando mais precisamente “seguir alguém de modo a estar sempre do seu lado” e num sentido metafórico “estar sempre presente, acompanhar alguém a qualquer parte que ele vá” (Strong). O texto diz que os sinais seguiriam “aos que crerem”. Alguns identificam as pessoas dotadas com o poder para realizar milagres com os apóstolos apenas. Mas o contexto não estabelece esse limite. Os que creem são identificados no verso 16 como sendo todos aqueles que em todo o mundo, ouvem e crêem no evangelho.

Alguns vêem no verso 20 uma prova de que os sinais eram próprios dos apóstolos e não dos crentes em geral. “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (Mc 16:20). Para demonstrar que a operação de sinais não era exclusiva ao ofício de apóstolo, basta lembrar que pessoas que não eram dos 12 apóstolos realizavam tais sinais, como Estêvão (At 6:8), Barnabé (At 15:12) e os crentes de Corinto (1Co 12:10, 28). Estes são fatos bíblicos incontestáveis.

Outros, diante da inevitabilidade de aceitar os sinais como acompanhando a todos os que crêem, tentam desqualificar de algum modo a passagem, utilizando muitas vezes uma lógica estranha. Por exemplo, alguns dizem que como a Bíblia não registra pessoas bebendo coisas mortíferas e sobrevivendo, então os sinais não iriam perdurar até a volta de Cristo. Mas nem tudo o que ocorreu na igreja primitiva foi registrado. Há quem identifique o dom de línguas como o novo jeito do cristão falar, dominando a sua língua, em contraste como falar impróprio de antes de sua conversão. Chega-se a afirmar que o dom de línguas foi substituído pelas diversas traduções da Bíblia, não sendo mais necessário!

Mais simples e mais bíblico é afirmar que os sinais prometidos acompanhariam a pregaçãodo evangelho onde e enquanto o evangelho fosse necessário. Não precisamos recorrer a artifícios complexos nem adotar uma lógica forçada, se tão somente aceitarmos o que a Bíblia diz, da forma como o diz.
 
Soli Deo Glória

Fonte: Cinco Solas

2 comentários:

  1. Caríssimo ermano Dc. Tavares, graça e paz!

    Pelo que vemos na Escritura, o dom de línguas era um dom revelacional. A menos que a bíblia seja insuficiente para guiar os eleitos ante este mundo de trevas,e esteja incompleta. Eu não vejo outra alternativa para que se aceite essas línguas "modernas".

    O texto de Atos 2.4 diz assim;

    E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

    "passaram a FALAR em outras línguas segundo o Espírito lhes concedia que FALASSEM". O Espírito lhes dava o que falar. O interessante é que no grego esta expressão, "falar" é o verbo lalei, que significa o falar comum, o falar mecanicamente. Mas o segundo verbo que está na expressão: "... segundo o Espírito lhes concedia que falassem", não é mais lalei e sim apofthegomai que é o verbo que significa falar inspiradamente. (aqui repito o que expus no blog)

    Então se há alguém em nossos dias falando inspiradamente ,assim como no passado, devemos ceder espaço em nossas bíblias para esses oráculos modernos. Ou Deus fala hoje,menos inspirado do que antes ???

    Paz , meu ermano !

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  2. Caro ermano!!!
    O post em questão (Marcos 16) se refere ao cumprimento de uma promessa, além simplesmente de uma revelação. Teria cessado esta promessa? (E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Marcos 16:17)
    Somos impelidos a ir para o texto utilizado para afirmar a cessação dos dons:
    (O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 1 Coríntios 13:8) se afirmarmos o cumprimento da extinção da língua então para sermos coerentes devemos afirmar o desparecimento da ciência.
    o cumprimento de uma promessa não acrescenta o cânon mais o consolida ou seja mostra sua veracidade e eficacia.
    Em Cristo
    Adriano
    Ops: esperando o convite de café do Wando

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